tem, mas acabou #10 | somos 11%
apenas 11% das newsletters criadas no substack chegam até a 10ª edição e eu decidi que a 'tem, mas acabou' chegaria, ao menos, até essa marca.
cá estamos. crescemos mais no comecinho da news e quase nada nos tempos mais recentes. talvez isso seja normal. o que (mais) importa é que estou um tanto quanto tranquila.
perdi o sono na noite do feriado de primeiro de maio e fiquei pensando no que isso aqui se tornou desde a edição zero ― que você provavelmente não leu (ainda). tinha a impressão de que seria algo mais leve e até bobo, ainda quando eu estivesse tratando de assuntos mais duros.
contudo, acho que perdi um pouco do otimismo depois que me entreguei à loucura* como única saída para nós. o que você acha?
🔎 a news de hoje é sobre:
a meta alcançada
o baião de dois
e para onde vamos agora (eu e você)
voltando aos 11% que agora somos, com toda finesse que tenho, "roubei" essa informação de outra news ― bastante conhecida ―, a bits to brands, lá em meados de setembro de 2023.
se você está comigo desde o começo, sabe que a tem, mas acabou sequer existia de fato à essa época e talvez ache curioso descobrir que esbocei nossa 10ª edição antes de qualquer outra que veio à público.
o plano é (era?) simples, mas não necessariamente fácil.
saber da existência desta edição da news me fez sentir uma certa "obrigação" de publicá-la e, para que isso ocorresse, precisei me dedicar e garantir que outras nove chegassem antes à sua caixa de e-mails.
a parte difícil não tem sido o volume, não pra mim ― embora eu já não seja a pessoa que escrevia, com considerável facilidade, 8 mil palavras por dia (sim, eu tive um burnout e depois tudo mudou).
a parte difícil é a qualidade. e é basicamente aqui que começa a nossa conversa hoje.
houve um tempo em que eu destacava a escrita feita com "qualidade" no meu perfil profissional. me orgulhei disso por bastante tempo (sobretudo por saber que era ― e ainda é ― verdade). até que ouvi que qualidade é o mínimo, não pode ser diferencial.
não pode ou não deveria?
sinceramente, acho que não deveria mesmo, mas, infelizmente, é. e talvez esse reflexo de uma mediocridade quase coletiva crie boas oportunidades para quem sabe fazer bem o feijão com arroz.
ou o baião de dois.
voltei a pensar no poder da qualidade quando estive em Manaus. já esteve por lá?
a observação da realidade local me fez entender que Manaus é terra de migrantes. muita gente do Brasil foi parar lá na época em que o governo decidiu construir a transamazônica (ainda inacabada) e nos últimos quatro anos, pelo menos, uma massa de latino americanos cruzou a fronteira.
salvo engano, apenas UM uber recusou uma corrida no tempo que passei lá. 99% foram extremamente cordiais e, se me permite dizer, alguns foram cordiais até demais.
excessos à parte, o que encontrei por lá foi disponibilidade, educação, gentileza e paciência. gente que descia do carro para ajudar a gente a carregar as malas (o que não aconteceu aqui em BH) e até gente que oferecia a própria casa nossa próxima estadia por lá (!!).
(não se engane. não vou ignorar que toda essa entrega pode ser reflexo da precariedade do trabalho que acirra a competição, tendo o atendimento como um dos principais diferenciais).
[mas] ouvi do pessoal de lá que em Manaus é assim: as pessoas se ajudam muito, são mesmo muito prestativas. até que ponto é verdade e até que ponto eu vivi uma maré de sorte de turista eu não sei.
o que sei é que essa qualidade ― que nada mais era do que o simples sendo bem feito (tá aí o baião de dois) ― me faz falta aqui na capital nacional dos bares e me fez pensar que, de fato, não deveria ser, mas é um diferencial.
ou não?
talvez seja um diferencial para as newsletters que ultrapassam sua 10ª edição com leitores ativos e, quem sabe ainda, participativos. imagino que seja um diferencial para você.
embora este seja um projeto todo meu e seja comigo mesma meu maior compromisso, o tornei público por considerar as newsletters um dos espaços mais intimistas da internet, ainda que… bem, público.
é mesmo como a mercearia de bairro em que a gente chega disputando espaço com quase ninguém para ouvir que tem, mas acabou e decidir retornar depois ― mas não sem, antes, trocar dois dedos de prosa.
e é por isso que eu queria que você me contasse ao menos uma de duas coisas:
o que é qualidade para você?
existe um tema específico que você gostaria de sugerir?
a primeira pergunta é mais abrangente e mais difícil de responder, então, criei a segunda como alternativa e para lembrar que gosto que isso seja um diálogo de alguma forma.
quando te pergunto o que você tem por qualidade, quero entender suas noções acerca do que você gosta de ler aqui e do que você não gosta tanto também.
e quando te pergunto se você tem uma sugestão específica de tema, algo que te interesse (sabe-se-lá por que cargas d'água) saber como eu penso a respeito, é porque entendo que seria bacana se você se sentisse mais presente aqui.
sendo sincera, não penso em servir um baião de dois exatamente da forma como você gostaria, mas deixá-lo mais à moda do cliente ao menos uma ou algumas vezes (a depender da quantidade de gente que me responder).
assim, talvez eu tenha uma ideia mais clara de para onde vamos. eu e você, juntos; porque não existe quem publique algo que não deseje ter, fidelizar e conquistar novos leitores.
obrigada por ter vindo comigo até aqui 🧡
ps: sim, pensei em compartilhar uma foto do melhor baião de dois que comi em uma praia acessível somente via barco, mas não sou fã de foto de comida.
tem pra hoje
memórias ⌛
a edição zero que acho que você ainda não leu e a edição #9 que trata da loucura a qual me referi ao introduzir a news de hoje.
faça as malas 💼
vários bons motivos para ir a Manaus (caso você nunca tenha ido ou não seja manauara).
considere ajudar 🥰
a CUFA está com uma ação de arrecadação para ajudar as vítimas das chuvas no rio grande do sul. considere ajudar (e votar em pessoas que se importem, cobrar mudanças das empresas e fazer sua parte)
per mangiare 🍜
uma receita simples e deliciosa de massa al limone compartilhada pela minha masterchef favorita: isa scherer. terminei de escrever e senti fome.
acabou (ou quase)
gostou ou sentiu qualquer outra coisa que te deixou com vontade de comentar, me escreve 😄 e se você gostou muito e quiser recomendar para alguém, não pense duas vezes: só vai!
Essa é a primeira news sua que eu leio, mas já estou me sentindo íntima pra dizer que eu gosto de ler sobre coisas cotidianas, como se você mandasse páginas do seu diário para minha caixa de email. Não sei se é isso a que você se propõe aqui, saberei depois de ler mais algumas cartinhas daqui a pouco, mas já que perguntou... hehehe... e eu sou uma leitora muito participativa, adoro comentar! Bjks
Enquanto pesquisador que fui e sou, te ver falar de qualidade me lembrou desde o início ao meu período de iniciação científica na universidade, lendo conceitos e mais conceitos do que seria Qualidade na comunicação. Gosto do conceito que a ABNT simplifica em "Grau no qual um conjunto de características satisfaz a requisitos”. Não tô querendo ser o chato da academia, mas só, em outras palavras, te dizer que: cada um vai ter um requisito diferente ao te ler e acho que isso deva te fazer se preocupar mais com a sua verdade (o que tem sido feito gloriosamente ate aqui). Mas, quando o requisito é sentir-se abraçado por um email, acho que é consenso que você domina muito bem a arte. Tem qualidade não só técnica na sua escrita, mas no jeito como você nos comunica sobre o que se passa aí dentro e no modo como você conecta temas tão diferentes da forma mais natural possível. Há uns dias te li falar sobre dinossauros e mesmo não entendendo nada a respeito, fiquei vidrado.
Gostaria muito de te ouvir falar mais sobre BH, esse lugar que você vive tanto e que menciona vez ou outra nos textos. Eu estive aí em setembro do ano passado e foi tão legal e rápido, o que talvez revele que o meu pedido tem a ver com saudade. Mas também tem a ver com a vontade de saber tuas impressões sobre esse lugar enquanto alguém que não tá só turistando - como estive. Fiquei tão interessado nessa efervescência de bares. Passei uma noite sozinho andando por eles e foi muito diferente da realidade que vivo em Sergipe hoje. Também fiquei curioso com o fato de a maioria dos estabelecimentos por onde passei não aceitarem Pix. O que explicaria isso numa capital sudestina tão populosa? Os golpes? Aqui em Aracaju, por exemplo, todo mundo tem Pix e o "aceita" como forma principal de pagamento.
Espero voltar em BH e, dessa vez, te conhecer
Um abraço grandão, Lari. Que venham mais edições ❤️
Irion