e quando foi que começamos a deturpar ideias sobre nós em busca de um conforto que a realidade não nos oferece? e a acreditar que é tudo o que nos resta?
o bizarro é que nós produzimos bem mais do que consumimos. essa matéria de jornal não está falando de economia, não num posto de vista humano, mas só perpetua a noção de "as coisas só estão bem quando números sobem". aí a coisa transborda pra existência humana. é assustador, um ciclo difícil de se livrar socialmente falando, por isso gostei dessa visão peter pan do cenário. um acredita na fada, aí mais uns, até virar um movimento coletivo e a fada sobreviver, sendo a fada nossas almas. (comentário bem raso o meu, é que o tema me perturba e me move profundamente, é difícil não escrever sobre isso por páginas e páginas sem chegar a lugar nenhum.)
Interessante como o conceito de "funcionalidade" diverge a depender do enfoque ou abordagem a que pode ser submetido. Diferentemente da psicanálise, a terapia cognitivo Comportamental adota quatro funções básicas do funções do comportamento: atenção, habilidade sensorial, tangibilidade e fuga. É importante ter em mente que um comportamento pode ser uma relação entre estas funções, e que um indivíduo disfuncional sofre, porquanto se encontra em desequilíbrio no que tange a essas funções psíquicas. É claro que também faz todo o sentido relacionar funcionalidade com adequação e assertividade: indivíduos portadores de TEA, progridem consideravelmente quando têm o apoio dessa estimulação de comportamentos cujos limites é envolver a vida prática nas questões de habilidades sociais. Não se trata de ter uma função para ser aceito, ter afeto, atenção ou pertencer. Trata-se de "funcionar" individualmente ou em convivência com o outro, de uma forma equilibrada, com trocas afetivas equânimes. Comportamentos funcionais são definidos pela TCC como aqueles que são saudáveis. É sempre muito desafiadora a convivência, né? Seja com o outro ou com a gente mesmo. Então, um cérebro psiquicamente disfuncional pode, muito facilmente, produzir relações tóxicas, de dependência ou manipuladoras. Será que eu consegui me explicar? Hahahahaha
entendi bem, ana! inclusive, quando eu falei com o terapeuta sobre ser uma adulta funcional, tinha em mente algo que vai ao encontro do que você trouxe -- e não é uma perspectiva que invalido. jamais!
contudo, como tenho feito um movimento maior de repensar o sistema social, político e econômico que estamos, recebi como um bom insight a visão de "funcionalidade" que ele compartilhou e achei que renderia uma boa reflexão por aqui :))
o bizarro é que nós produzimos bem mais do que consumimos. essa matéria de jornal não está falando de economia, não num posto de vista humano, mas só perpetua a noção de "as coisas só estão bem quando números sobem". aí a coisa transborda pra existência humana. é assustador, um ciclo difícil de se livrar socialmente falando, por isso gostei dessa visão peter pan do cenário. um acredita na fada, aí mais uns, até virar um movimento coletivo e a fada sobreviver, sendo a fada nossas almas. (comentário bem raso o meu, é que o tema me perturba e me move profundamente, é difícil não escrever sobre isso por páginas e páginas sem chegar a lugar nenhum.)
outra forma de ver as coisas é lembrar que o poder divino dos reis também parecia a única realidade possível, insuperável, e foi derrubada.
bom te ter por aqui, rapha :)
Interessante como o conceito de "funcionalidade" diverge a depender do enfoque ou abordagem a que pode ser submetido. Diferentemente da psicanálise, a terapia cognitivo Comportamental adota quatro funções básicas do funções do comportamento: atenção, habilidade sensorial, tangibilidade e fuga. É importante ter em mente que um comportamento pode ser uma relação entre estas funções, e que um indivíduo disfuncional sofre, porquanto se encontra em desequilíbrio no que tange a essas funções psíquicas. É claro que também faz todo o sentido relacionar funcionalidade com adequação e assertividade: indivíduos portadores de TEA, progridem consideravelmente quando têm o apoio dessa estimulação de comportamentos cujos limites é envolver a vida prática nas questões de habilidades sociais. Não se trata de ter uma função para ser aceito, ter afeto, atenção ou pertencer. Trata-se de "funcionar" individualmente ou em convivência com o outro, de uma forma equilibrada, com trocas afetivas equânimes. Comportamentos funcionais são definidos pela TCC como aqueles que são saudáveis. É sempre muito desafiadora a convivência, né? Seja com o outro ou com a gente mesmo. Então, um cérebro psiquicamente disfuncional pode, muito facilmente, produzir relações tóxicas, de dependência ou manipuladoras. Será que eu consegui me explicar? Hahahahaha
entendi bem, ana! inclusive, quando eu falei com o terapeuta sobre ser uma adulta funcional, tinha em mente algo que vai ao encontro do que você trouxe -- e não é uma perspectiva que invalido. jamais!
contudo, como tenho feito um movimento maior de repensar o sistema social, político e econômico que estamos, recebi como um bom insight a visão de "funcionalidade" que ele compartilhou e achei que renderia uma boa reflexão por aqui :))
a sociedade criou essa lógica de forma tão perversa que até o tempo livre tem que ser produtivo.
falou bem, é uma coisa perversa mesmo!
Amei essa definição de adulto funcional, Dani! Vou levar pra vida :)